19 de abril de 2009


Trabalho do JOCA - Teoria da comunicação II 
Análise semiótica dos filmes de Darren Aronofsky

Repertório: Ou você tem... ou vc não tem! Para quem não tem, eu explico o que é isso que você vai ver!

Esse é o famoso e dificíl trabalho do Joca... Nosso dever era criar capas de DVD para os filmes Fonte da vida PI  de Darren Aronofsky sendo Fonte da vida em primeiridade(sensação pura, sem racionalização ou reconhecimento de qualquer imagem) e PI em secundidade (situação de conflito).


Essa é minha criação para fonte da vida, e ela é assim mesmo como você está vendo... TRANSPARENTE, foi impresso em uma transparência por dois motivos: a sensação pura, e por que fonte da vida na minha opinião é qualquer coisa que mova a sua vida, qualquer motivo que te prenda nesse mundo cruel lutando pra sobreviver, portanto a razão da vida de cada um, e sendo uma imagem transparente você pode colocar a imagem que represente a SUA fonte da vida!

 
sinopse:

 

A afirmação da força vital da criação se opõe a realidade mesquinha e fria da morte.

O tempo se mostra uma invenção humana desnecessária quando o amor se torna atemporal. Encontros curiosos desafiam as limitações de tempo e espaço em nome do fluxo poético, causando impacto, nos fazendo mensurar o valor que damos a cada busca que fazemos em nossa vida.


Em pi, minha criação se baseia no conflito entre homem emoção e homem razão. o eterno conflito entre os sentimentos e a razão, na minha criação, Max (matemático que escolhe a razão pura para tentar descobrir porque o PI vale 3,14) abdica das sensações e aceita deixar de ser humano para viver na pura racionalidade como uma máquina.

sinopse:

 

"Não é difícil imaginar que as máquinas podem aprender a pensar como os homens, mas é assustador que os homens possam aprender a pensar como as máquinas."

 

É intrigante pensar que o cérebro humano se aproxima de uma máquina quando forçado a isto, podemos ficar tentados a forçar nossos limites e ir além, conhecer a fundo as ciências, artes, ou mesmo a natureza. PI  mostra o que pode acontecer se decidirmos levar a fundo o desejo de testar nosso cérebro. Mais do que a ciência, a razão ou mesmo a incessante busca por algo, abdicar das sensações e atrever-se a viver uma vida com ausência de sentimentos pode ter  consequências severas.

Texto em terceiridade comparando os filmes:

Buscas incessantes

  Ao assistir os filmes de Darren Aronofsky somos forçados a rever alguns conceitos, temos nossa percepção gravemente ferida pelo conteúdo e pela cinemática do autor que consegue nos colocar no lugar do personagem, trazendo para o espectador as emoções sentidas no contexto dos filmes.

  É possível  dizer que a característica marcante de Aronofsky é manter uma constante ligação entre seus filmes, aparentemente ele tem um padrão a ser seguido, ligando um filme a outro como uma espiral infinita, isso é exemplificado claramente por Max em PI, que literalmente vê espirais e procura nelas relações com padrões existentes na natureza, em fonte da vida o mesmo acontece, a espiral ocorre nas incontáveis tentativas de encontrar a cura.

  Ambos os filmes mostram seus personagens buscando respostas, desde o mais simples como as contas de matemática da garotinha em PI até mesmo a busca pela fonte da vida, que é em certo momento caracterizada como a cura para o câncer e então o poder de evitar a morte, mas que na realidade pode ser qualquer coisa que mova a sua vida, a fonte da vida pode ser entendida pela busca incessante de cada um por aquilo que o fará atingir o estágio sublime de paz interior caracterizado como nirvana, ou seja, a razão do viver, o motivo que mantém cada individuo motivado na luta pela sobrevivência.

  Muitos assuntos religiosos são discutidos nos filmes; em PI a religião judaica e ao mesmo tempo a ausência total de crenças, o matemático Max não acredita em nada, não tem relações afetivas e nem mesmo sentimentos, portanto age como máquina abdicando as sensações para viver na pura racionalidade. O mesmo é mostrado em fonte da vida, por várias vezes os personagens abdicam os sentimentos e tentam viver na racionalidade, mas são constantemente puxados de volta para as sensações pelas personagens femininas das histórias, elas representam a emoção e os sentimentos enquanto os personagens masculinos representam a racionalidade e a consciência.

  A racionalidade é extremamente valorizada por Aronofsky, em ambos os filmes são mostradas as ciências relacionadas a matemática e as ciências médicas, em PI a matemática é o foco central da vida de Max (personagem principal) e a medicina aparece de forma secundária devido aos surtos psicóticos que o mesmo sofre. Em fonte da vida a medicina aparece com grande destaque por ter um personagem veterinário que ao mesmo tempo busca a cura do câncer para sua esposa e a matemática aparece no mesmo personagem que também é um pesquisador. A passagem do tempo é marcada de forma categórica e precisa, feita sempre por anotações pessoais dos próprios personagens, causando uma marcação de tempo baseada na vida do personagem e não do tempo real.

  É notável a semelhança entre PI e Fonte da vida quanto a forma de ver Deus como algo concreto porém desconhecido, em PI o número que corresponde ao diabo é conhecido, o 666, porém o número correspondente ao nome de Deus é uma incógnita que pode ser resolvida com cálculos matemáticos, assim como a árvore da vida em Fonte da vida. Em ambos os filmes, os personagens são incentivados a terminarem suas buscas, em PI o mestre avisa do perigo de se submeter a tal nível de racionalidade, porém dá sinais de que o matemático não deve desistir de sua busca assim como em fonte da vida os personagens masculinos do passado, do presente e do futuro são incentivados pela palavra “termine”.

  Haja visto os argumentos expostos podemos concluir que existe padrão e continuidade nos filmes de Aronofsky que além de interligá-los de forma subjetiva têm sempre um final aberto dando oportunidade ao espectador de interpretar os filmes e entendê-los como julgar correto. 




5 de abril de 2009

O ciclo.

Essa gente vive uma vida sofrida.
Mal consegue viver uma calmaria.
Quando parece que houve uma pausa no sofrimento,
Vem de novo a seca, trazendo a obrigação de buscar outra vida.



Foto de Sebastião Salgado